Na penumbra do Ser
-em si
-para si
O Homem encontra a
Alteridade.
A outra metade
A outra face
A outra parte
Procuradas.
Pedaço de mim, no Outro
Face de mim, escondida
Parte de mim, em algum lugar.
Necessito. Preciso.
Sou pela metade.
Incompleto.
meia vida.
Meia percepção.
Meia disposição.
Meio caminho.
Meio projeto.
Meio meio.
Metade, sofrida.
Metade, dor
Metade, felicidade.
Metade, transcendência.
Metade, transparência.
Metade, luta.
Metade, verdade.
Metade, vontade de potência.
Metade, morrer.
Procuro...
entre ruas, guetos, ângulos, frestas, vazios, vitrais,
campos, desertos, construções, espaços siderais, buracos negros...
Luzes.
Onde está você metade sem mim?
O tempo é metade.
Recortado, dividido.
Preciso!
Seu pêndulo corta a alma.
Vou de encontro ao vazio.
Quero buscar-me.
Desejar-me
Possuir-me.
O Homem é completo no Outro?
A outra metade de si
de mim.
Encontrá-la
é chegar ao topo e descê-lo eternamente.
Insatisfações...
Encontrá-la
e uma luta contrária aos deuses.
Uma constância.
Uma redundância.
Uma mesmice patética do ser humano.
Juntar as duas partes
Quais?
O outro no Outro?
Eu/outro
Eu/self
Eu/Alter
Eu/Eu
Tudo mera contingência
Tudo mera necessidade
Desejá-la?
Poucos.
Compreendê-la?
Impossível.
Explicá-la?
Nem os deuses.
Tê-la?
É fazer-se um-universo.
Uni-las, uma parte na outra
faz nascer o Amor.
Caro professor,
ResponderExcluirBoa noite, comment allez vous? Olha, deixa eu te dar os parabéns pelas mudanças no viual do blogue, está perfeito o fuindo em bambu! Muito pitoresco.
Os versos estão completos desta vez, é como se não escapasse nada à tua mente, como se cada detalhe fizesse surgir um mundo de palavras, que por sua vez carregam em si mundos e mundos de significação. Gostei do fim.
E, voilà! A Vitória de Samotrácia! Reconheci no ato! Uma de minhas esculturas favoritas (depois daquela escultura do Rodin, é desta que eu mais gosto). Lindíssima, nem imagino quem foi o bárbaro que, talvez numa guerra, tenha decepado sua cabeça, mas imagina que divina ela seria com ela? Sem já é tudo!
Abraços cordiais, gosto muito de teu blogue, Maurício.